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A urgência da Arte

Ilustração de Thomaz Simões e sua filha Stela (5 anos)

 

Excesso de valor às coisas e um consequente descaso nas relações; afetos confundidos com matéria, sexo como apenas mais uma coisa.

Vivemos o crescimento da desvalorização da vida humana. Não há filtro porque não há opiniões que não sejam as concretas. Não há subjetividade, portanto não existem sujeitos em formação.

Cabe a todos nós que assistimos a isso, pensar, praticar e lutar por mudanças que permitam o natural crescimento e desenvolvimento de nossos jovens. Cabe aos governantes pensarem além si mesmos. Cabe às instituições de ensino uma atenção especial para que seus professores não se tornem meros repetidores e seus alunos depósitos híbridos de informação.

Sob uma visão um tanto generalizada, nota-se que o conhecimento como ordem de valor é sempre a prioridade para muitos educadores, sejam eles pais, professores e interessados, mas é preciso pensar que na verdade conhecimento é consequência, porque ele só se fixa sobre uma base de auto reconhecimento bem nutrida. É quando a arte, constantemente tão desprezada como fonte de nutrição especialmente depois da pré-escola, precisa ser revisitada.

Na arte, o autoconhecimento é um dos seus mais fortes atributos, uma fonte essencial e inesgotável de auto nutrição; isso já responde o seu papel nos processos educacionais. Quando disponibilizada para educação, interessa a ela fazer com que indivíduos não percam o direito ao contato com eles mesmos e pratiquem o exercício do pensamento e o agir extraordinário. Esse é o caldo promotor de sujeitos, e estamos precisando urgentemente dele.

Parece óbvio, e é, mas vale lembrar: Só com a constante composição de sujeitos a subjetividade pode ser exercida. Com ela, a informação e o conhecimento passam a fazer todo sentido e indivíduos se humanizam.

 

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