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Se não dermos uma virada…

O rumo social aponta para uma direção bem perigosa. Na área educacional alguns resultados já vem sendo colhidos e, sinceramente, não são nada bons.

Se não dermos uma virada, assistiremos cada vez mais à comportamentos frios, banalização de sentimentos, violências gratuitas de toda ordem.
Colonizados que somos por um capitalismo cada vez mais selvagem e agora ainda pior por ser dissimulado, passamos a consumir silenciosamente sem muito saber.

Muito sério tudo isso, porque depositamos cada vez mais nas “coisas” a condição para o pertencimento social e a felicidade individual.
Importamos essa condição. Não era nossa. Veio no pacote da banalização já com um nome: “bullying”.

Nesse cenário em que o consumo ganha cada vez mais importância e os sentimentos e as emoções perdem espaço por não promoverem o tão desejado “sucesso”, que importância e valor pode ter “o outro”?

Educadores, sejam pais ou profissionais, vivem um momento crítico ou no mínimo confuso. Enquanto os pais parecem atolados tentando atender a todas as solicitações do “ter”, grande parte dos profissionais da educação duelam com a mídia tentando atrair o interesse de seus alunos para as informações que compõem suas grades educacionais.

O que disso tudo pode se transformar efetivamente em conhecimento?
Enquanto as mídias acenam para sucessos e prazeres instantâneos, nas salas de aula os professores tentam convencer seus alunos que o conhecimento constrói.

Constrói sobre o que? Sobre que terreno?
Há um terreno que precisa ser sempre trabalhado. Um terreno constituído pelo constante desenvolvimento do imaginário e do autoconhecimento para então receber informações e transformá-las em conhecimento. É nesse terreno que serão desenvolvidas as opiniões, os desejos, a reflexão e o vir a ser.

Não há melhor recurso condutor do imaginar e do conhecer-se do que a arte, por isso, é fundamental se repensar o lugar que vem ocupando a arte-educação dentro desse cenário tão empobrecido. Pessoalmente acredito, que enquanto ela continuar ocupando um lugar de segunda categoria tanto das escolas assim como no desejo dos pais, menos chances terão essas crianças e jovens de se conhecerem e conhecerem “o outro”.

Precisamos dar uma virada, ou ainda mais concreto vai se tornar o mundo, mais banais vão se tornar as emoções.

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