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Arte, Educação e Psicologia: Delicadas relações

A colaboração da arte em áreas que têm funções sociais como é o caso da educação e da psicologia, precisa ser observada com muita atenção e cuidado, para que a arte não se descaracterize, encerrada em recipientes programados ou excessivamente controlados, perdendo assim aquilo que essencialmente a constitui que é a liberdade e a “não função”.

Apesar de serem a princípio utópicas, essas associações criadas e nomeadas como arte-educação e arteterapia, podem se beneficiar assim como também a arte. Afinal, uma das questões mais importantes na construção de um indivíduo ou de uma idéia, é aceitar e relacionar-se com suas próprias diferenças.

A arte tem uma estreita ligação com os contrários e deles se alimenta constantemente para a produção de suas ações e registros. Experiências artísticas costumam promover utopias. Oferecem contrapontos fundamentais para tudo que tende a se constituir unicamente objetivo, porque traz a oportunidade e o exercício de um olhar sujeitado, filtrado pela opinião, sensação, olhar e sensibilidade do indivíduo que a exerce ou a contempla.

Objetivos em pouco tempo perdem suas funções e são descartados, passando a ser ocupados por outros que também serão descartados e assim sucessivamente. A minha grande preocupação reside no totalitarismo do objeto sem o contraponto do sujeito. Infelizmente, objetivos se tornaram uma prioridade social e essa prioridade está cada vez mais disseminada nos lares e na maioria das instituições educacionais, assim como também nos ambientes profissionais contemporâneos.

Quando a educação e a psicologia priorizam verdadeiramente o sujeito em suas diferenças, as utopias que a arte contempla podem ser uma grande fonte de apoio.

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