Há um movimento que se inicia, sem dúvida há uma maior conscientização popular, de que sem educação não vamos a lugar nenhum além do lugar da triste e inevitável regressão social.
Mas,com que educação pretendemos superar o abandono dessas décadas de descaso e inacessibilidade ao conhecimento que a maioria de nossos jovens e crianças foram submetidos?
Sabemos o que fazer com o desconhecimento da leitura, da escrita, da matemática, da nossa história; sabemos ou imaginamos como fazer. Mas, ando me perguntando: – O que fazer com o desconhecimento de nossos jovens e crianças sobre eles mesmos?
Conhecimento é amplitude do “eu”, é recurso para o desenvolvimento de uma pessoa, de uma sociedade. Enquanto não existe “eu”, não existe pessoa “desejante”. Não existe a que, nem porque um conhecimento se associar.Sem “eu”, não há “liga” entre o conhecimento e a pessoa.
Quem será capaz de promover esse contato do individuo com ele mesmo? Não tenho dúvidas: a subjetividade. Afinal, o sujeito nela está contido.
Já os objetivos, só ganham dimensão e persistência num meio em que o sujeito tem sido fortalecido. A arte cumpre esse papel. Mas, aonde está a arte, essa fonte fortalecedora de sujeitos, em nossas instituições educacionais?
Em geral, quando ela chega a garantir um espaço físico ela é encontrada numa garagem, num atelier depósito ou até num espaço mais nobre: uma salinha nos fundos.
No espaço do imaginário, a arte é desejada como oficina do “belo” ou o que complementa e ilustra uma aula de geografia, promove o dia do índio ou avisa aos pequeninos: – A páscoa chegou!
Se a arte está comprometida, contaminada por esse mundo de coisas, sinto muito, ela não está presente, portanto, não há fonte fortalecedora de sujeitos.
Há pessoas, podem haver até informações; mas, não há “liga” entre elas e o conhecimento.